quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Eu.. em.. Devaneio

A chuva vai abraçando aos poucos meu corpo
meus dedos tremem, é demasiado fardo de espinhos
que flagelam esta carne de sangue sem cor.
Não sei o caminho das palavras, à palavras que nos matam
outras que nos salvam, não passam de atalhos sem fim.
A paixão da mulher é como as ondas do mar
que arremessam pedaços de agonia por
corpos perdidos nas tábuas da perdição.
Nunca consigo entender este lápis !
Descreve pensamentos meus, navegantes
em águas de calmaria envolto em tormentos.
Consegue um homem amar a fantasia da sua escrita ?
José

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Degredo

Nada peço
A todos aqueles sorrisos
que largam o sal
nas minhas feridas por fechar.
Nada peço
Às palavras encantadoras
marcadas
com o designo do nada.
Nada peço
Aos olhares de esperança
sem sinal
do porto de chegada.
Nada peço
A mãos que estendem
fechadas
grãos de areia.
Sim peço
Voltar à minha estrada
sem trevas
pelo trilho da paz.
José
( foto de Francisco Garret )

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Confissão


Entre dois copos de vinho
Tenho medo da aproximação do teu nome.

Vou lambendo aos poucos teu cheiro
Meu olhar são tiros perfeitos na tua sombra.

Vou saciar-me na tua carne
Dormir sobre os tristes poemas meus.

Tenho medo do poder da tua nudez
Tua beleza cruel e insano está acima de Deus.

Perante teu avanço mortal não vacilo
Só sinto pânico dos teus belos segredos.

És minha maldição ?

Ou tábua da minha salvação ?



José


( foto de www.olhares .com )

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Dois... Dedos... Conversa

Caí como uma árvore quando abatida, pessoas aos gritos quando eu só queria silêncio.
Soltei-me daquele corpo, sentei-me na berma do passeio para assistir ao fim do espectáculo da vida.
Ele sentou-se ao meu lado sorriu, todo vestido de negro, acendeu um cigarro negro soltou no ar um fumo também negro, não senti medo sabia muito bem quem era.
-Chegou a minha hora ? Perguntei sem desviar o meu olhar sobre aquele corpo inerte.
Ele sorriu novamente, olhou para aqueles rostos de pânico e disse.
-Pobres de espirito sempre a mesma pergunta.
É favor sair da frente eu sou médica.
Desapertou-me a gravata e também a camisa, colocou dois dedos no pescoço daquele corpo que eu já sentia que não era meu, começou uma dura luta com respiração boca a boca e suas mãos no meu peito.
Estava a gostar de ver todos os seus movimentos, sua boca encaixa na perfeição na minha, seus cabelos negros soltos pareciam soltar raios de vida sobre mim.
Estremeci ! Olhei para ele, concentrado na luta que a médica travava com o meu corpo, acenou a cabeça num sinal afirmativo que eu não entendi.
- A tua hora ainda não chegou, vais voltar porque nasceu aqui uma nova oportunidade para vida miserável que sempre levaste.
-Não entendo o que quer dizer !
-Ela precisa de ti e eu posso esperar mais uns longos anos mas sabes que ficamos com encontro marcado, agora vai e vive esta paixão até ao limite porque garanto que é a última.
Abri os olhos, seus olhos cor de mel deram-me as boas vindas, seu sorriso fechou a porta da minha escuridão, pelo seu nariz de Cleópatra senti o sopro de uma nova vida, lábios seus lábios esses eu ainda sentia nos meus.

-Doutora quer jantar comigo ?...





José


( foto de Rod* Rodrigo silva )

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Simbiose.. Da .. Paixão


É dor...

Quando teu olhar descansa
No labirinto do meu intimo.

É dor...

Quando teus dedos tatuam
Palavras de fogo em mim.

É dor...

Quando teus lábios poisam
Nas minhas rebeldes lágrimas.

É dor...

Quando abraças meu mundo
E sinto o pavor da tua ausência.

É dor...

Quando partes.
Quando ficas.

É dor...



José


( foto de Paulo César )

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Balada.. da.. Exaustão


Preciso de mim...

No interior lascivo dos teus pensamentos.

Preciso de mim...

Nos abraços que dás a homens sem fim.

Preciso de mim...

Quando tua mão me salva de ficar na berma da estrada.

Preciso de mim...

Na noite magica em que durmo contigo na cama.

Preciso de mim...

Nos teus orgasmos cruéis no meu sangue.

Preciso de mim...

Preciso de ti...

Longe de tudo...

Jose

( foto de Angelica )

domingo, 1 de julho de 2007

Louco...


Apelei...

Aos meus dedos vazios de ti.
A tua pele.

Apelei...

Há minha inteligência sensual.
A tua sedução.

Apelei...

Ao meu mundo mortal e perverso.
Os teus devaneios.

Apelei...
Ao limite dos meus sentidos
Descobrir teus mistérios.

É loucura inocente.
De um caminho sem fim.




Jose


( foto de Angelica )


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Desafio

Vem...

Vou revelar-te um segredo teu !

Despe-te...

Sem medo...

Meu espelho espera-te...

Jose

( foto de Nuno Manuel Baptista )

sábado, 2 de junho de 2007

Aniversário.. Do.. Morto


Como é bela e decadente esta minha vida noctívago.
Saio perdido, em direcção ao antro do deboche nojento que sempre me seduz.
Sorrisos sem olhares, palavras sem som de bocas secas e imundas.
O toque de dois copos, o caminhar para uma cama perdida em algures, de onde eu não quero acordar nunca.
Não me olhes, não me beijes, não quero afectos, não ouvir gemidos de prazer, só quero entrar em ti e libertar o o meu veneno puro.
Acordada ?
Dormes ?
Não sei teu nome !
Não interessa.
Adeus.
Arrasto meu corpo cansado pela rua do nada, a chuva vai limpando aos poucos a agonia do teu cheiro.
José
(foto de Cyril Berthault- Jacquier

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O... Aroma

Quando sinto...

A tua cega entrega.

Quando sinto...

A explosão do teu libido.

És como a terra...

Libertas essências.

Jose

( foto de Antonio Loiro )

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Almas.. Nas.. Trevas




Uivo cortante ecoa na noite.
Começa a dança triste.

Corpos em movimento.
Lançam olhares sedentos.

Mentes em ejaculação.
Veneno de mão em mão.

Sentem sexos desconhecidos
A flamejar penetrando sem medo.

Sentado á entrada do inferno.
A reclamar a grama do paraíso.

Faca que penetra no incauto.
Sangue que limpa a insaciável loucura.

Predadores e presas sentem o terror.
Nos primeiros raios de luz.

Regressam ás suas tocas vazios de tudo.
Assumindo o fardo do triste fado.



Jose




( foto de Maria São Miguel )




domingo, 13 de maio de 2007

Ébrio... De... Dor


Nos momentos da minha penumbra.

Nos momentos da minha inexistência.

Preciso do teu rapto de meretriz.

Para purificar e lavar minha alma.

Jose

( foto de Paulo Cesar )

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Secretos... Pavores...

Mergulhamos na boémia.

Dos nossos pensamentos.

Sentimos o flagelo do nada.

Desarticulamos o prazer.

Nossos corpos inflamam.

Com o tango dos amantes.

Um último olhar de ciúme.

As secas lágrimas da despedida.

Fica... Não vás... Fica...

José

( foto de Paulo César )

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Divinal..

Um acto de pureza extrema...


Instinto único de sobrevivência...


Momentos perduráveis na tua existência




Jose

( foto de Paula Oliveira )

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Em... Fogo


Quero purificar
minha alma
com o veneno
do teu doce sangue.

Quero mergulhar
minha mente
no interior secreto
do teu belo sexo.

Quero ter a visão
das entranhas
cegas de onde possa
voltar um dia a nascer.

Quero regressar
puro e despido
dos medos e lutar
sem as amarras do pudor.




José


( foto de Kazuo Okubo )

sábado, 14 de abril de 2007

Êxtase


Soltei a minha secreta infame anarquia



Nos teus lábios



José



( foto de Mariam )

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Feliz...Encontro...Fatal


Acordo estou vivo! Está ausente o meu inchaço matinal.~
Já morreu há muito esta parte de mim.

Olho e vejo:

O sinal da foice negra
Maldita e perversa
Há espera de dar
O golpe fatal.

Arrasto esta carcaça velha em direcção da imunda sanita do prazer, minha mente defecta sexos desconhecidos que em tempos possui, sexos que para mim sempre foram como ruas sem nome.

Olho e vejo:

O sinal da foice negra
Maldita e perversa
Há espera de dar
O golpe fatal.

Acendo um cigarro. Será o último? Não sei nem quero saber.
Como é paciente a paz verdadeira desta espera.

Olho e vejo:

O sinal da foice negra
Maldita e perversa
Há espera de dar
O golpe fatal.




José



( foto de João Viegas )


sexta-feira, 6 de abril de 2007

Escravo.. De.. Mim


Nossos corpos juntos
Tu distante de mim
beijo teus lábios frios
não sinto o calor dos meus.

Fazes sexo comigo
sem uma palavra
de afecto e desejo
o silêncio é teu prazer.

Usas meu corpo
sou o alimento
do teu voraz apetite
e nada de nada dás.

Sou fraco não consigo
libertar-me das tuas
garras, desejo sem
limites o teu veneno.

Um dia vou sofrer
com a liberdade
do teu abandono
em total silêncio.



José



( foto de Alba Luna )

quinta-feira, 5 de abril de 2007

O... Regresso


No fundo da calçada sorris, com um jeito de malícia no olhar vens junto a mim como uma flor embalada pelo vento e roubas-me um beijo, foi um momento fugaz, sublime, antes que eu possa tomar uma atitude.
Foges!
Ainda sinto o peso do sabor doce de uma lágrima tua!
Fechas a porta.
Continuam a ser sonhos adormecidos numa gaveta sem fundo, perdidos num tempo já longínquo.
Volto a pisar as calçadas, ainda não consigo entender o que faço ali ao fim de tantos anos, ainda sinto a essência da sobrevivência, percorro labirintos de medo que outrora foram oásis de sonhos.
Sinto-me novamente o menino, o adolescente, finalmente o homem.
Suspiro profundamente, era esta a viagem que estava com necessidade de percorrer novamente.
No fundo da calçada, sorris com máscara que foi a tua vida, vens junto a mim como uma flor sem vida, roubas-me um beijo, foi um momento de dor, fico preso ao teu olhar de eterna tristeza.
Foges!
Sinto o peso do sabor amargo de uma lágrima tua!
Fechas a porta.




José

( foto de Graça )

segunda-feira, 26 de março de 2007

Santa... Nocturna

Mulher...

Mais uma noite de viagem
alucinante por corpos
desconhecidos.

Mulher...

Sorris nas esquinas
lanças olhares sedutores
cheios de dor por uma
vida que nunca foi tua.

Mulher...

Cães raivosos insultam
a tua sina e gemem
de prazer sobre teu corpo.

Mulher...

No limite da tua paciência
é mais uma noite perdida
na crueldade da tua existência.

Mulher...

Regressas ao nascer do dia
suja,imunda, sentes nojo de ti
mas pura na alma, que essa
nunca está há venda.




José



( foto de Adriano Batista )

sexta-feira, 16 de março de 2007

Sem... Culpa


Peço-te perdão...

Entrei sem pedir
no sossego da tua
alma pura.

Peço-te perdão...

Despertar em ti
desejos escondidos
do teu íntimo.

Peço-te perdão...

Mas pelo teu olhar
e sorriso descobri
o meu sorriso.

Peço-te perdão...

Em sonhar um
dia bailar contigo
a valsa de sedução.

Peço-te perdão...

Mas não vou perdoar
se me pedires um
dia para parar.



José


( foto de Paulo cesar- Cesar Bonneville






segunda-feira, 12 de março de 2007

Último... Olhar.


Vasculhando as fezes da alma.


Descobri o caminho da pureza.


Também o labirinto do mórbido.


Salvou-se o sopro da poesia.



José



( foto de Raphael )

sexta-feira, 9 de março de 2007

Tesouro


  • Renasceu uma paixão adormecida há demasiado tempo, veio-me há memória dos tempos em que vivi abraçado a ti.
    Minha companheira de amores e desamores, as horas de prazer que trocamos, os momentos em que meus dedos freneticamente tiravam de ti sons que acalmavam minha solidão.
    Guardei-te com carinho, esperaste estes anos com a certeza que um dia voltava a precisar de ti.


    Peço-te perdão


    Vamos namorar melodias entemporais.



    José

quarta-feira, 7 de março de 2007

Momentos... De... Liberdade

Não canso de quebrar as regras da moral contigo.
Escondidos do mundo, vivemos momentos de prazer
esquecendo quem somos.
Actos de loucura sem limites como se fossem os ultimos.
Somos selvagens nos desejos estamos perdidos
na luxúra dos nossos corpos.
A paixão cega-nos, controla-nos, somos fracos
não sabemos dizer...

Não.

O orgasmo sublime acalma nossa alma,
o remorso toma conta de nós.
Fugimos um do outro, deixamos o local do crime sem provas.
Vamos esperar que a paixão volte a reclamar os segredos mais
perversos que existe em nós e as regras sejam novamente quebradas.




José



  1. ( foto de Rui Almeida Cardoso )

sexta-feira, 2 de março de 2007

Sem.... Rede


  1. Quero...
    Sentir sem dor
    o calor molhado
    do teu corpo.

    Quero...
    Com os meus beijos
    entranhar pedaços
    de mim na tua pele.

    Quero...
    A ferro e fogo
    os sinais e gemidos
    do teu húmido sexo.

    Quero...
    Possuir-te para além
    do nosso limite, beber
    a seiva do teu pecado.


    E Tu ?



    José



    ( foto de Angelica )

quinta-feira, 1 de março de 2007

Dança...Cruel


Média luz distingo
a perfeição dos
teus membros e corpo.
Desejo-te, quero-te,
teus movimentos sensuais
distantes de mim.
Suores frios borram
meu corpo teus seios
firmes, teu sexo depilado
e bela é racha do teu cu.
Não vim aqui para te ver,
mas somente para penetrar-te
pelo peito e pelo dorso.
Não tentes sentir a dor
da minha frieza
outras já o fizeram,
pulsa minha vida na tua cintura.
Vai chegar o dia em que
o tempo nos detém,
não te lamentes
que eu também não.
José
( foto de Luis Miguel Mateus )

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Amanhã..Há..Mesma..Hora

Intenso!
Quando o teu olhar se cruza com o meu,
sinto-me prisioneiro, sei que dizes milhões
de palavras que não consigo decifrar.

Intenso!
Quando o desejo lascivo do teu olhar,
poisado no meu incomoda,
tua paz aparente.

Intenso!
Quando o silêncio do teu olhar,
pede que eu avance sem as amarras
do preconceito e pudor.

Intenso!
Quando levas aos lábios os café matinal
e pelos espelhos do espaço envolvente,
desnudas-me violentamente.

Intenso!
Quando sais, olhas como se eu fosse
uma questão de tempo no teu
museu de troféus.

Intenso!
Quando olho para mim
e um sorriso malandro baila
no meu próprio olhar.

Será que consegui seduzir-te?



José


( foto de Carlos_Santos )

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Súplica

Sabes, gostava de lamber uma lágrima tua!

Sentir pelo sabor, a dimensão da tua dor.

Dá-me, não me deixes assim impotente

Peço-te, partilha um pouco de ti.

José

( foto de Miguel Pereira )

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Depois de Mim...


Medo.
Medo.
Medo.
Respiro permanentemente um estado de conflito comigo.
Dias e noites são uma farsa, é esconder do mundo o meu outro eu.
Rejeito este estado de alma!
Quando ele desperta e reclama meu corpo, lápis e papel é o meu castigo.
As palavras que desenho deslizam como lágrimas de sangue pelos espelhos da vida, mostram a crueldade, sedenta, escondida, em mim.
Preciso deste estado de alma!
Medo.
Medo.
Medo.
José

( foto de Nuno Manuel Baptista )

sábado, 3 de fevereiro de 2007

O Guardião

Guardei...
Em segredo
Teu sonho
De menina
Atrevida.

Guardei...
O cheiro
Do teu corpo
Entranhado
Na minha pele.


Guardei...
Em silêncio
Teus gritos
De orgasmos
Celestiais.


Guardei...
Frases tuas
Sem tempo
No interior
Do meu tempo.


Não guardei...
Meu sorriso
Cheiro do meu corpo
Meus orgasmos
Frases sem tempo.


José


( foto de Maria das Flores )


Morte...Vida


Amei-vos na escuridão
da minha agonia
renasci da morte
numa hora sôfrega.
Não sou contenção.
Sou excesso!
Com medo da morte
não parei no limite
do vosso sedento
e desejo mordaz.
Vou esconder
minha alma
no segredo
dos vossos seios.
Quero enganar
a morte com
o sorriso dos
vossos sexos.
Não sou contenção.
Sou excesso!
José
( foto de Maria das Flores )

Meu Mundo


José